Àqueles três ou quatro resistentes que, coitadinhos, insistem em seguir este blog, cumpre esclarecer:
Eu estive uma semana de férias, não aquelas férias nos trópicos com que todos nós sonhamos, mas umas férias importantes, onde o descanso foi rei!
E hoje, de volta ao trabalho, muito descansada e mais gorda, uma vez que não fiz outra coisa senão enfardar e dormir, estou a viver um momento difícil, uma luta titânica mesmo...
Eu que sempre defendi que, para alcançar algo temos de ir por partes, uma luta/objectivo de cada vez, tenho como único propósito, neste momento, o de não deixar que a minha cabeça caia em cima deste teclado. Por enquanto.
Outras lutas/objectivos se avistam no horizonte.
À hora do almoço fui aos correios buscar uma carta registada. O envelope era grande e vinha, pasmem-se, aberto. A empregada dos CTT ainda tentou dar-me o sobrescrito virado para baixo, de modo a que eu não percebesse que se encontrava aberto, mas eu reparei e fiz o impensável... reclamei!
O que constituiu um tremendo incómodo para a senhora. Com efeito, com um ar muito enjoado a dita senhora pegou no envelope, virou-o e revirou-o e disse-me que o envelope não estava violado.
Aqui eu pensei a gaja está a brincar comigo... não estava violado???? O envelope estava ABERTO! Depois de repetir a frase “o envelope está aberto, duas vezes e depois de a informar que era advogada e queria reclamar a senhora, com muito sacrifício foi à procura de um “auto de notícia”. E como o ar da senhora já me estava a irritar, não me contive.
Eu: Desculpe, mas não estou a perceber a dificuldade ...
Senhora: Não há dificuldade nenhuma... o envelope não está violado, não está rasgado... além do mais o correio até pode circular aberto.
Eu: (já a exaltar-me, vocês conhecem-me): Olhe, minha senhora, duvido que o correio registado possa circular aberto. Em todo o caso, eu quero ter uma prova de que recebi este envelope aberto, porque foi assim que o recebi. Eu não consigo ter a certeza de que não falta alguma folha neste envelope. Consegue perceber? Sabe que o correio registado faz prova em tribunal? Compreende o que significa fazer prova em tribunal?
Irra! Eu não percebo porque é que esta gente vem sempre marrar comigo. Será que eu falo chinês?
Bom dia, o que se segue é um excerto do Diário da República de hoje
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Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Requisita à empresa Deloitte & Touche, Lda., António José Oliveira Figueira, para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Requisita à Associação dos Bombeiros Voluntários de Colares Rui Manuel Alves Pereira, para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Requisita ao Sindicato dos Trabalhadores de Escritório, Comércio, Hotelaria e Serviços Vítor Manuel Gomes Martins Marques Ferreira, para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública Augusto Lopes de Andrade para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Requisita à empresa Companhia Carris de Ferro de Lisboa, S. A.,Arnaldo de Oliveira Ferreira, para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o assistente operacional Jorge Martins Morais da Secretaria-Geral do Ministério da Cultura, para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o assistente operacional Jorge Orlando Duarte Vouga do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I. P., para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública Jorge Henrique dos Santos Teixeira da Cunha para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública José Duarte Barroca Delgado para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública Manuel Benjamim Pereira Martinho para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública Horácio Paulo Pereira Fernandes para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública Custódio Brissos Pinto para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro"
Para quem não sabe, o Diário da República (doravante carinhosamente designado por DR) não é um tablóide ou pseudo-jornal. Aliás, o DR não é sequer um jornal. É uma publicação oficial, a cargo da Imprensa Nacional Casa da Moeda, onde se publicam (passo o o pleonasmo) todos os diplomas legais.
Ora, atentando no descritivo dos doze despachos que acima publico, podem verificar que foram contratados 12 (doze), sim leram bem, 12 (doze) motoristas para o Gabinete do nosso Primeiro-Ministro (sim, não são 3 ou 4, são 12). Com esta informação o "apertar o cinto" imposto pelo nosso governo ganha um nova dimensão... é que alguém tem de pagar a factura. Adivinhem quem?
Dá para acreditar que os gajos do marketing levaram a mal a brincadeira? Foram todos a correr para a sala do director deles fazer queixinhas e tudo. Logo eles, tão modernos, tão cheios de graça, que não deixam as direcções vizinhas trabalhar, tal é o cagaçal diário que fazem....
Que desilusão, que falta de poder de encaixe... nós temos que levar com gritos constantes, espirros estridentes, vacas a mugir, clipes a voar e música em altos berros. Isso sim, já tem piada. Agora, brincarem com eles, isso é que não se faz!
Que falta de inteligência social... (não pode ser inveja por não terem estas ideias brilhantes, pois não?)
E fizemos mais.
Trocámos as ligações dos monitores, prendemos os clipes uns aos outros e colámos fita-cola nos ratos....
Aguardamos ofensiva adversária .....
(mas temos a bênção do nosso chefe)
A direcção de marketing, ao lado da qual trabalho e que todos os dias me faz a cabeça em água, está fora!
E por incrível que pareça, os meus colegas e eu (nós, os gajos normais) estamos atarantados... falta alguma coisa. Na verdade, acho que já não conseguimos trabalhar sem o ruído de fundo constante que a presença daquela direcção significa.
Para lhes mostrar o nosso apreço e as saudades que já sentimos deles, a minha colega M. e eu decidimos trocar as ligações dos teclados, tipo o teclado da P. fica ligado ao computador do T. e por aí fora...
Aguarda-se retaliação.
Tenho andado para aqui a tentar perceber o que é que eu sinto com esta visita do Papa (e escrevo "Papa" com letra maiúscula, apenas para que não se confunda com qualquer farinha láctea).
E acho que, finalmente, consigo verbalizar.
Eu estou a anos luz da Igreja Católica. Eu sei que fui eu que escolhi ser baptizada e sei que andei num colégio de freiras, no qual passei alguns dos melhores anos da minha vida. E por isso mesmo sei do que falo. Neste momento do meu crescimento eu não aceito que tenha de existir qualquer intermediário entre mim e Deus. Não acredito no fenómeno de Fátima, apesar de acreditar em Maria. Nem concordo com grande parte dos dogmas da Igreja Católica, apesar de dela fazerem parte pessoas muitíssimo valiosas, com as quais já tive o prazer de privar. Contudo, infelizmente, a bondade dessas pessoas não apaga, nem faz esquecer os casos de pedofilia, gentilmente abafados por este Papa e outros homens da Igreja, nem a hipocrisia da pobreza e humildade tão apregoada e tão pouco praticada.
Por tudo isto acho inacreditável que tanta gente páre para ver o Papa passar.
(e agradecia que não me incomodassem com cometários do tipo "estás-a-ser-preconceituosa-em-relação-à-igreja,-a-pedofilia-não-é-um-problema-eclesiástico", porque eu também não acho que seja... da mesma forma que não acho que seja um problema ligado à homossexualidade...)
Quer queira quer não queira, tenho de assinalar a chegada do Papa a esta bela cidade. Então cá vai:
Por altura da passagem dos F16 (ou lá o que eram) que acompanhavam o "Papaplane", o teclado do meu computador deixou de funcionar. Só voltou ao activo passados largos minutos.
Milagre?
Se carregarem no link que vos dou no post anterior poderão ver, desde há cerca de uma hora, um disclaimer a avisar que a notícia é falsa.
Ufa, ainda há esperança na inteligência americana!
(sacado daqui)
Enquanto descascava a laranja da manhã lembrei-me de uma frase que disse ontem a uma colega minha, durante o almoço, acerca de certas mudanças que algumas pessoas revelam.
Decorre da minha experiência pessoal que, ao contrário do que se possa pensar, só se conhece verdadeiramente o carácter de uma pessoa quando ela conhece o sucesso. Ela não se revela quando vive dificuldades ou quando enfrenta os problemas – aí apenas mostra o seu instinto de sobrevivência. O seu carácter revela-se, sim, quando, ultrapassados os tempos conturbados, experimenta reconhecimento e o poder. Aí, meus amigos, é que se conhece o espécimen.
No entanto, esta não é a única conclusão ou ensinamento que já retirei de mais de 30 anos de vivência. Estou aqui a lembrar-me de outra lição, que não partilhei ontem, não fosse tocar nalgum ponto sensível. Estou firmemente convicta que verdadeiro amigo não é aquele que está connosco quando temos algum problema, pois como diz o outro, "com os problemas dos outros posso eu bem", mas sim aquele que se alegra verdadeiramente quando nos acontece algo de bom e que faz questão de partilhar a nossa felicidade.
E assim termina o primeiro momento assumidamente filosófico deste blog. Obrigado.
É impressionante como nos apegamos a pessoas, situações e, mais grave (shame on us!) a coisas. Estas considerações são a conclusão a que cheguei quando, finalmente, vendi o meu primeiro carro. Queria vendê-lo, pois já raramente andava com ele, não precisava dele, era uma fonte de despesas desnecessária, uma verdadeira pedra no meu sapato. Mas, agora que o vendi, sinto uma nostalgia, tenho o coração apertadinho. Querem ver que vou chorar?!
. ...
. ...
. Da ZON
. Pois...
. Amazing
. A não perder
. Não caso
Todas as fotos tiradas da net, estão devidamente identificadas (desculpem, mas nem sempre consigo perceber quem é o respectivo fotógrafo).
Os textos que não forem da minha autoria, também serão devidamente identificados.